Homem é denunciado por violência psicológica e importunação sexual por 'stalkear' jovem no Paraná
12/04/2025
(Foto: Reprodução) Por conta das perseguições, jovem perdeu emprego e namorado. Outras vítimas procuraram polícia denunciar comportamento semelhante do homem com elas. Uma delas recebeu 600 pix com mensagens e ameaças após bloqueá-lo. Delegado conta como mulher foi perseguida no PR; PM orienta como fazer a denúncia.
Alisson Silva dos Santos, de 31 anos, foi denunciado pelo Ministério Público (MP-PR) na sexta-feira (11) por perseguir, causar danos emocionais e importunar sexualmente uma mulher de 20 anos em Cianorte, no noroeste do Paraná.
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Ele está preso desde o começo de abril, quando foi flagrado perseguindo a jovem. De acordo com a polícia, por conta do "stalking" de Alisson, a vítima chegou a perder o namorado e o emprego. Leia mais a seguir.
➡️ O stalking é caracterizado por perseguição a alguém e consiste em uma série de comportamentos que, acontecendo de forma repetitiva, prejudicam qualquer forma de liberdade da vítima: ela não se sente confortável em publicar conteúdo nas redes sociais até ter medo de andar na rua, por exemplo. A prática virou crime em 2021, quando foi incluída ao Código Penal.
Segundo a denúncia apresentada pelo MP, o crime foi motivado pela intenção de Alisson de estabelecer relação com a vítima, mesmo ela tendo informado a ele que não tinha interesse.
O g1 procurou a defesa de Alisson, mas não teve resposta até a publicação desta reportagem.
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Homem perseguiu vítima no trabalho
Conforme o delegado Cássio Henrique Dias de Souza, os dois se conheceram há cerca de quatro meses, quando o homem passou a frequentar o mercado em que a vítima trabalhava.
Ele passou a enviar presentes e a acompanhar ela nas redes sociais. Porém, quando a vítima assumiu um relacionamento, Alisson passou a stalkeá-la e procurou o namorado dela para espalhou mentiras sobre ela, o que ocasionou o término do namoro.
Depois disso, o Alisson procurou o gerente do mercado onde a vítima trabalhava, o que levou a demissão da mulher do emprego.
Segundo o Ministério Público, ele perseguiu a jovem enquanto ela ia para a casa de uma amiga e a abordou, agarrando-a pelos braços na tentativa de beijá-la. Em outra ocasião, ele entrou sem permissão na residência de uma amiga da vítima, fazendo com que ela se escondesse no banheiro e chamasse a polícia.
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Outras vítimas
Depois da prisão, ao menos outras duas vítimas procuraram a polícia para relatar comportamento semelhante do homem com elas. Os casos estão sendo apurados pela Promotoria de Justiça.
Uma delas chegou a receber 600 pix em um dia com mensagens e ameaças do stalker. Veja os prints:
Vítima recebia pix com mensagens e ameaças do stalker.
Polícia Civil (PC-PR)
A mulher, de 40 anos, disse em depoimento que a perseguição aconteceu de novembro de 2024 a janeiro de 2025. Conforme o delegado, ele encontrou a vítima em uma rede social, descobriu que ela trabalhava em uma loja de shopping e achou o número de telefone comercial dela por meio do site do estabelecimento.
Depois disso, Alisson passou a enviar presentes, como chocolate, bombom, sorvete e flores, para a mulher enquanto ela estava no trabalho, durante cinco dias seguidos.
Por causa da insistência, a vítima chegou aceitar a conversar com ele durante o almoço e, na oportunidade, pediu para que ele parasse de enviar presentes.
Contudo, a abordagem continuou por meio de mensagens em um aplicativo. Ele também tentou se comunicar com a vítima por pix, enviando valores de 1 e 10 centavos e R$ 10.
Em prints registrados pela vítima, Alisson pedia para que eles se encontrassem, e em outras conversas, cobrava pelos pix que tinha enviado.
Stalker mandava mensagens insistindo em se encontrar com a vítima.
Polícia Civil (PC-PR)
Após ser bloqueado pela vítima, Alisson entrou em contato com a patroa dela para pedir o contato pessoal. Depois ele também passou a enviar mensagens para outras funcionárias da loja.
"Ela ficou com medo de perder o emprego, mas o gerente falou que conhecia ela há muito tempo. Ele também chegou a entrar em contato com as vendedoras da loja de Maringá", contou o delegado.
Alisson só parou de perseguir a mulher, quando conheceu a outra vítima.
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